quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Inapetência do pré-escolar



Algo que perturba as mães com crianças nessa fase é a falta de apetite por parte dos pequenos. Quando a mãe vem buscar ajuda com esse relato é preciso verificar a consistência da queixa. É relevante crescimento, desenvolvimento, hábitos alimentares e exames bioquímicos. A verdadeira inapetência se dá quando da ingestão alimentar insuficiente para as necessidades nutricionais, diminuição de peso em relação à estatura, diminuição do ritmo de crescimento e isso independe da presença materna ou do local das refeições. Uma vez verificado tal situação deve-se avaliar em qual classificação se encontra a inapetência. Se comportamental ou orgânica.
A inapetência comportamental consiste na dinâmica familiar, a criança deixa de comer para chamar a atenção e ao perceber que tal atitude funciona instala-se o ciclo vicioso difícil de ser rompido, já que a mãe tem medo de que o filho não coma nunca mais e assim permite que ele consuma alimentos de fácil aceitação pela criança sem restrição de horário. Dessa forma a criança vai recusando seqüencialmente as refeições. Nesses casos é alto o grau de comprometimento emocional da família e da criança, o que requer preparo e cuidado por parte do nutricionista até para o devido encaminhamento que se faz necessário ao especialista da área de psicologia. A criança que verdadeiramente não come nada como geralmente relata a mãe, não fica em pé, não brinca e sim apresenta sinais de inanição grave. O problema geralmente está na mãe que tem dificuldade de  impor limites e disciplina necessários para romper o ciclo vicioso e acaba cedendo antes da criança.
Já a inapetência orgânica se associa mais a deficiência de micronutrientes, especialmente de ferro. A alimentação nesse caso é pobre em qualidade, e a criança apresenta apatia e desinteresse pela alimentação de modo geral e independente da presença da mãe. Aqui cabe a suplementação medicamentosa para refazer os depósitos corporais e corrigir os erros alimentares para melhorar a biodisponibilidade dos micronutrientes.
Em ambos os casos se faz necessário a intervenção do profissional capacitado para implantar as corretas estratégias de intervenção.

Fonte:  Houlihane & Rolls, 1995. Braga & Barbosa, 2000.

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