Algo que perturba as mães com
crianças nessa fase é a falta de apetite por parte dos pequenos. Quando a mãe
vem buscar ajuda com esse relato é preciso verificar a consistência da queixa.
É relevante crescimento, desenvolvimento, hábitos alimentares e exames
bioquímicos. A verdadeira inapetência se dá quando da ingestão alimentar
insuficiente para as necessidades nutricionais, diminuição de peso em relação à
estatura, diminuição do ritmo de crescimento e isso independe da presença
materna ou do local das refeições. Uma vez verificado tal situação deve-se
avaliar em qual classificação se encontra a inapetência. Se comportamental ou
orgânica.
A inapetência comportamental
consiste na dinâmica familiar, a criança deixa de comer para chamar a atenção e
ao perceber que tal atitude funciona instala-se o ciclo vicioso difícil de ser
rompido, já que a mãe tem medo de que o filho não coma nunca mais e assim
permite que ele consuma alimentos de fácil aceitação pela criança sem restrição
de horário. Dessa forma a criança vai recusando seqüencialmente as refeições.
Nesses casos é alto o grau de comprometimento emocional da família e da criança,
o que requer preparo e cuidado por parte do nutricionista até para o devido
encaminhamento que se faz necessário ao especialista da área de psicologia. A
criança que verdadeiramente não come nada como geralmente relata a mãe, não
fica em pé, não brinca e sim apresenta sinais de inanição grave. O problema
geralmente está na mãe que tem dificuldade de impor limites e disciplina necessários
para romper o ciclo vicioso e acaba cedendo antes da criança.
Já a inapetência orgânica se
associa mais a deficiência de micronutrientes, especialmente de ferro. A
alimentação nesse caso é pobre em qualidade, e a criança apresenta apatia e
desinteresse pela alimentação de modo geral e independente da presença da mãe.
Aqui cabe a suplementação medicamentosa para refazer os depósitos corporais e
corrigir os erros alimentares para melhorar a biodisponibilidade dos
micronutrientes.
Em ambos os casos se faz
necessário a intervenção do profissional capacitado para implantar as corretas
estratégias de intervenção.
Fonte: Houlihane
& Rolls, 1995. Braga & Barbosa, 2000.
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