sábado, 11 de fevereiro de 2012

Gordura boa x Gordura má

Já que chamamos uma gordura de má, deve haver uma que seja boa então, certo? Sim está correto, mas como saber qual é uma e qual é a outra, o motivo de cada qual ser como é?  A gordura conhecida como ruim é a gordura de armazenamento ou de reserva do tecido adiposo, conhecemos bem, é aquela que ninguém quer, contudo a adquiri muito facilmente e para se livrar dela quanto sacrifício! Mas a gordura boa, sim ela existe e é muito importante para a sobrevivência humana, é a gordura essencial, ela reveste tecidos de órgãos como o coração, pulmões, fígado, rins, baço e está presente no sistema neurológico. No cérebro é ela quem reveste os axônios dos neurônios, a chamada Bainha de Mielina, sem esta ocorre uma patologia conhecida como esclerose múltipla (dificuldades de andar, se locomover, dores fortes nas articulações mesmo quando paradas, até a completa paralisia dos movimentos) que inviabiliza a vida. Mas nas mulheres esse tipo de gordura é 4x maior do que nos homens, devido funções fisiológicas importantes para a procriação e outras funções relacionadas aos hormônios, além das gorduras presentes em regiões pélvicas, nádegas e coxas.
A gordura essencial tem ainda a função de manter a temperatura corpórea, fornecer energia para as atividades básicas e de produção de substâncias como hormônios por exemplo.  Mas saber isso se faz importante para esclarecer que não apenas toda gordura não é ruim, como também conscientizar sobre a necessidade de se preservar a gordura essencial para uma existência com qualidade de vida. A gordura de armazenamento, essa sim deve ser evitada com a prática de alimentação saudável e atividades físicas, tudo bem orientado para que não seja cometidos atos impróprios com relação à dieta e nem erros na atividade física, o que agravaria o problema ao invés de preveni-lo.
Fonte: Fisiologia do Exercício - McArdle. Ed. Guanabara Koogan - 6a. Ed.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Vigorexia


Vigorexia ou Síndrome de Adônis (o deus grego da beleza física, daí o nome) é um termo para designar o transtorno obsessivo compulsivo pelo corpo perfeito - Transtorno Dismórfico Muscular, relacionado ao abuso de esteróides anabolizantes.  Indivíduos acometidos se descrevem como fracos e pequenos, quando apresentam musculatura desenvolvida em níveis acima da média. Geralmente acomete indivíduos do sexo masculino, não significando que não haja mulheres que sofram desse problema. E predomina entre praticantes de musculação e fisiculturismo, ainda que não se encontre um fisiculturista vigoréxico. Até por estar presente entre os praticantes de exercícios físicos em ambientes de academia é que se torna pertinente a discussão sobre o problema. 
A imposição por um padrão de beleza imposto muitas vezes pela mídia no qual o corpo toma uma forma torneada com delimitação bem demarcada dos músculos gera uma expectativa doentia em muitas pessoas. Esse é o ideal de perfeição a ser imitado, resultando geralmente em desequilíbrios.
Assim como mulheres que sofrem de anorexia, esses homens possuem além do distúrbio de imagem, mudanças nas relações sociais e alterações alimentares.
A dieta inadequada (rica em carboidratos e proteínas) e o consumo exacerbado de suplementos protéicos podem ocasionar muitos transtornos metabólicos aos indivíduos com Vigorexia, afetando especialmente os rins, a taxa de glicemia e o colesterol do indivíduo (Alonso, 2006).
A atividade física quando realizada de maneira errônea, com objetivos estéticos e competitivos pode levar seus praticantes à Vigorexia e comprometer seu desenvolvimento físico, comportamental e social.
Não há descrição do tratamento para Vigorexia ou Síndrome de Adônis ou ainda Transtorno Dismórfico Muscular, contudo de acordo com quadros correlatos o auxílio consiste na psicoterapia multidisciplinar com os profissionais da nutrição, psicólogo e psiquiatra. E caso o indivíduo faça uso de esteróides anabolizantes a interrupção deve ser sugerida imediatamente.
A atividade física é importante para atingir qualidade de vida, deve ser praticada com orientação profissional e objetivando principalmente a saúde. É importante lembrar que há também ótimos educadores físicos nas academias, comprometidos com seu trabalho e colocando todo o seu conhecimento técnico em favor dos alunos e desportistas, complementando muitas vezes o trabalho de outros profissionais como médicos, nutricionistas e terapeutas.
Fonte: 
FIEP (Federation Internationale d'Education Physique) BULLETIN, ISSN-0256-6419 - www.fiepbulletin-net "Muito prazer, Vigorexia! O fenômeno corpo-imagem na sociedade contemporânea.
CPS - Caderno de Pesquisa em Saúde - Vol. 1 no. 2 2007 Suplemento

Revista Brasileira de Psicologia do Esporte Vol.2 no.1 São Paulo jun 2008
Vigorexia: revisão dos aspectos atuais deste distúrbio de imagem corporal

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Inapetência do pré-escolar



Algo que perturba as mães com crianças nessa fase é a falta de apetite por parte dos pequenos. Quando a mãe vem buscar ajuda com esse relato é preciso verificar a consistência da queixa. É relevante crescimento, desenvolvimento, hábitos alimentares e exames bioquímicos. A verdadeira inapetência se dá quando da ingestão alimentar insuficiente para as necessidades nutricionais, diminuição de peso em relação à estatura, diminuição do ritmo de crescimento e isso independe da presença materna ou do local das refeições. Uma vez verificado tal situação deve-se avaliar em qual classificação se encontra a inapetência. Se comportamental ou orgânica.
A inapetência comportamental consiste na dinâmica familiar, a criança deixa de comer para chamar a atenção e ao perceber que tal atitude funciona instala-se o ciclo vicioso difícil de ser rompido, já que a mãe tem medo de que o filho não coma nunca mais e assim permite que ele consuma alimentos de fácil aceitação pela criança sem restrição de horário. Dessa forma a criança vai recusando seqüencialmente as refeições. Nesses casos é alto o grau de comprometimento emocional da família e da criança, o que requer preparo e cuidado por parte do nutricionista até para o devido encaminhamento que se faz necessário ao especialista da área de psicologia. A criança que verdadeiramente não come nada como geralmente relata a mãe, não fica em pé, não brinca e sim apresenta sinais de inanição grave. O problema geralmente está na mãe que tem dificuldade de  impor limites e disciplina necessários para romper o ciclo vicioso e acaba cedendo antes da criança.
Já a inapetência orgânica se associa mais a deficiência de micronutrientes, especialmente de ferro. A alimentação nesse caso é pobre em qualidade, e a criança apresenta apatia e desinteresse pela alimentação de modo geral e independente da presença da mãe. Aqui cabe a suplementação medicamentosa para refazer os depósitos corporais e corrigir os erros alimentares para melhorar a biodisponibilidade dos micronutrientes.
Em ambos os casos se faz necessário a intervenção do profissional capacitado para implantar as corretas estratégias de intervenção.

Fonte:  Houlihane & Rolls, 1995. Braga & Barbosa, 2000.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Controle no Diabete Mellitus

O diabete é uma doença que afeta um número bastante preocupante no Brasil e no mundo nos dias de hoje. Especialmente o diabete do tipo 2 (DM 2), embora com maior fator hereditário do que o do tipo 1, está muito relacionado a obesidade e o sedentarismo, o que justifica cuidar da dieta e praticar atividade física. Ocorre devido uma disfunção pancreática onde há uma produção deficiente de insulina (responsável por apanhar a glicose=açúcar do sangue e levar para os tecidos), ou ainda quando se instala o quadro de resistência à insulina, no qual ocorre a incapacidade de absorção de insulina pelas células musculares e adiposas – a chamada resistência insulínica.

O diabete não tem cura, é uma doença crônica, mas tem controle e este faz toda a diferença na vida do diabético. Essa doença quando mal controlada ao longo do tempo leva a alterações no sistema nervoso, pele, unhas malformadas, no sistema vascular, fazendo com que o paciente tenha pé ressecado, redução de sensibilidade, podendo levar à amputação dos membros inferiores. Motivo de preocupação entre a classe médica, pois o número de amputações pelo diabete está muito elevado, a doença é responsável por cerca de 45 mil amputados de pernas e coxas por ano.
Por tudo isso e por uma melhora na qualidade de vida do paciente é que se dá a importância de se realizar acompanhamento especializado. E por parte dos profissionais da saúde buscar se manter informado e atualizado sobre o tema com o intuito de auxiliar a sociedade e vencer esse entrave à saúde do portador da doença. Aqui cabe mencionar a feliz iniciativa da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) em criar um manual voltado para os profissionais de saúde que não sejam especialistas em diabete. O intuito do feito é treinar clínicos e médicos de Saúde da Família (SUS) para que identifiquem os sinais da doença e assim reduzir à metade os casos de amputação.
A mim cabe cumprimentar esses competentes profissionais por tal iniciativa, nós profissionais da área da saúde agradecemos e estou certa de que a sociedade também.

Fonte: Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.   Manual Sobre Complicação do Diabete Busca Evitar Milhares de Amputações - O Estado de São Paulo - A10 (09.01.12)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Progressos recentes e novas perspectivas em farmacoterapia da obesidade



Essa medicação foi inicialmente desenvolvida para o tratamento do DM2 e mostrou-se benefica para o controle glicemico em doses ate 1,8 mg/dia. Demonstrou, tambem, no tratamento de diabéticos tipo 2, gerar uma perda de peso dose-dependente, e, ao mesmo tempo, diminuir as concentrações de HbA1c (hemoglobina glicosilada) e melhorar a função da célula β (beta). Os mecanismos mediadores na redução de peso pelo liraglutide são provavelmente relacionados a uma combinação de efeitos no trato gastrointestinal (TGI) e no cérebro. O GLP-1(hormônio emagrecedor) ativo inibe o apetite e o aporte energético tanto em indivíduos normais quanto em obesos, assim como em pacientes com DM2, além de retardar o esvaziamento gastrico.
Comprovou-se a eficácia dessa droga também em modelos animais, com redução de peso e da ingestão alimentar em ratos e porquinhos tratados. Considerando o potencial da medicação como adjuvante no tratamento da obesidade, mesmo em pacientes nao diabéticos, desenvolveu-se um estudo para avaliar a eficácia, seguranca e tolerabilidade do liraglutide no tratamento de pacientes obesos não diabéticos, com doses mais elevadas do que as previamente utilizadas para o tratamento do DM2.
Quinhentos e sessenta e quatro pacientes foram randomizados a receber liraglutide (1,2 mg, 1,8 mg, 2,4 mg ou 3,0 mg uma vez ao dia por via subcutânea, n = 90-95 cada), placebo (uma vez ao dia por via subcutânea, n = 98) ou orlistate (120 mg três vezes ao dia por via oral, n = 95). Após a triagem, os pacientes recebiam placebo de modo único-cego por duas semanas e eram orientados a fazer uma dieta pobre em gordura com déficit de 500 kcal/dia e intensificação de atividade física. Nas quatro semanas subsequentes, realizava-se a titulação da dose do liraglutide e, posteriormente, cada grupo se mantinha com uma dose constante por 16 semanas.  O estudo, portanto, era cego para medicação ou placebo, mas não para a dose administrada. Quatrocentos e setenta e dois pacientes (84%) completaram o estudo. Após 20 semanas, a perda de peso foi de 2,8 kg no grupo placebo, 4,1 kg no orlistate e 4,8; 5,5; 6,3 e 7,2 kg no grupo liraglutide, o que corresponde a uma PPSP de 4,5% no grupo que usou a maior dose de 3,0 mg. A proporção de indivíduos com mais de 5% de perda do peso inicial foi maior em quem usou liraglutide em comparação ao placebo (61% vs. 29%). Mais indivíduos tratados com a dose de 3,0 mg perderam mais que 5% do peso inicial do que os tratados com orlistate (76% vs. 44%). Houve diminuição da PA sistólica e diastólica em todos os grupos, consistente com a perda de peso. A prevalência de prediabetes reduziu entre 84% e 96% com liraglutide 1,8; 2,4 e 3,0 mg, com uma queda na glicemia de jejum por volta de 7% a 8%. A HbA1c tambem apresentou diminuição discreta em comparação ao placebo e orlistate, variando de 0,14% com liraglutide 1,2 mg a 0,24% com a dose de 3,0 mg. Não houve diferenca em relação aos lípides, fato que os autores atribuiram provavelmente a realização da dosagem basal somente no início do tratamento, e não na triagem três semanas antes. Considerou-se que a perda de peso conseguida nesse período inicial pode ter ocultado possíveis mudancas benéficas no perfil lipidico. Em relação a qualidade de vida, observou-se melhora nos escores de função física e de autoestima com a dose de 3,0 mg em comparação ao orlistate e placebo.A frequência de efeitos colaterais foi discretamente maior nos grupos liraglutide 1,8; 2,4 e 3,0 mg. Os eventos mais comumente reportados foram náuseas e vômitos, que ocorreram sete vezes mais com as doses de 2,4 e 3,0 mg em comparação ao placebo. Na grande maioria, esses eventos eram transitórios e de leve a moderada intensidade, e sua frequência aumentava com a dose. A tendência desses efeitos era diminuir a partir da 4a. semana, atingindo um platô por volta da 12a. semana. A taxa de abandono global dos pacientes tomando a medicação variou de 11% a 22%, sendo por volta de metade dos casos diretamente relacionados a efeitos colaterais. Oito (2,2%) pacientes tomando liraglutide abandonaram o estudo por conta de náuseas e cinco (1,3%) por vômitos. Alterações psiquiátricas foram ligeiramente mais frequentes nas pessoas tratadas com liraglutide 2,4 mg e 3,0 mg que no grupo placebo – as mais comuns sendo insônia (6 eventos), humor deprimido (3 eventos) e nervosismo (2 eventos). Não houve incidência maior de depressão e ansiedade no grupo tratado. A FC (frequência cardíaca) teve leve aumento com o uso do liraglutide (ate 4 bpm) em comparação ao placebo e orlistate. Eventos cardiovasculares foram infrequentes e palpitações leves foram reportadas por 1% a 4% dos indivíduos recebendo a medicação. Houve um caso de fibrilação atrial em uma mulher de 51 anos tratada com liraglutide 3,0 mg após 140 dias, sem outros eventos graves relatados. Devido ao achado em modelos experimentais de carcinogênese aumentada de células parafoliculares de tireóide em ratos tratados com liraglutide, dosou-se a calcitonina sérica de todos os pacientes, sem nenhum efeito significativo observado. Nenhum caso de pancreatite foi descrito durante o periodo do estudo.
Fonte:
Recent progress and novel perspectives on obesity pharmacotherapy
André M. Faria1, Marcio C. Mancini1,2, Maria Edna de Melo1,2,
Cintia Cercato1, Alfredo Halpern1Liraglutide 
http://www.scielo.br/pdf/abem/v54n6/03.pdf

domingo, 15 de janeiro de 2012

Ácido linoléico conjugado e perda de peso (Óleo de Cártamo)


O tratamento e a prevenção da obesidade têm sido considerados uma enorme batalha para os profissionais da área de saúde. As indústrias de alimentos e de fármacos, por sua vez, têm oferecido cada vez mais uma vasta gama de novos produtos que preconizam a perda de peso. O ácido linoléico conjugado, encontrado em maiores concentrações na gordura de animais ruminantes, parece apresentar efeitos favoráveis quanto à manutenção do peso corporal. Esta revisão apresenta uma análise crítica dos dados disponíveis na literatura, que relacionam o ácido linoléico conjugado com o metabolismo energético e a composição corporal. Os estudos realizados com humanos ainda não são conclusivos, embora alguns apontem um possível aumento da lipólise e/ou redução da lipogênese, que reflete em alterações apenas na composição corporal, especialmente no tecido adiposo abdominal, mas não na perda de peso. Entretanto, as altas doses usadas nesses estudos podem implicar efeitos colaterais indesejáveis. Portanto, mais estudos são necessários para uma indicação desse ácido graxo como um agente para a melhora da composição corporal e/ou como um agente anti-obesidade.

Termos de indexação: ácido linoléico, composição corporal, obesidade, perda de peso.

Fonte :

Print version ISSN 1415-5273

Rev. Nutr. vol.18 no.3 Campinas May/June 2005
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-5273200500030001

REQUISITOS PARA REAPROVEITAMENTO DE SOBRAS


SOBRAS QUENTES

Sobras que ficaram sob requisitos de segurança, devem ser:

* reaquecidas a 74ºC e mantidas a 65ºC ou mais para serem servidas, por no máximo 12 horas;

* reaquecidas a 74ºC e quando atingirem 55ºC na superfície devem ser resfriadas a 21ºC em 2 horas, devendo atingir 4ºC em mais 6 horas, para serem reaproveitadas no máximo em 24 horas;

* na conduta acima, após atingirem 55ºC, podem ser congeladas, devendo serem seguidos os critérios de uso para congelamento;

* alimentos que sofreram tratamento térmico e que serão destinados à refrigeração devem ser armazenados em volumes ou utensílios com altura máxima de 10 cm, devendo serem cobertos quando atingirem a temperatura de 21º C ou menos.

SOBRAS FRIAS

Sobras de alimentos que ficaram sob requisitos de segurança, devem ser:

* refrigerados de modo que a temperatura interna do alimento atinja 4ºC em 4 horas, podendo ser utilizados por no máximo 24 horas;

* também podem ser reaproveitados para pratos quentes, devendo ser levados à cocção a 74ºC e mantidos a 65ºC para distribuição por no máximo 12 horas;

* após atingirem 55ºC devem ser resfriados a 21ºC em 2 horas e atingirem 4ºC em mais 6 horas, devendo ser mantidos nesta temperatura para reaproveitamento, como pratos quentes, por no máximo 24 horas;

* no reaproveitamento citado anteriormente, as sobras também podem ser congeladas, segundo os critérios de uso para congelamento.